Se tem uma pergunta que eu sempre recebo é: como cobrar serviço de arquitetura e urbanismo do jeito certo? Existem muitas maneiras de precificar o seu serviço, mas as mais famosas são as que eu menos recomendo.
Isso porque elas não vão valorizar o seu serviço de arquiteto e, ainda, vão te transformar em apenas mais um profissional disponível no mercado. Por isso, no artigo de hoje, eu decidi listar 3 formas de precificar o seu serviço. Duas delas são erradas e uma é a melhor maneira que você pode fazer.
E, acredite em mim, as duas maneiras erradas são as mais utilizadas pelo mercado e as que muitos profissionais experientes dirão pra você usar. Mas tudo que elas fazem é destruir sua carreira. Então, leia esse artigo até o fim e entenda porque a maneira de precificar arquitetura e urbanismo que vou lhe ensinar neste texto é a mais eficiente.
Tabela de referência de arquitetura e urbanismo #errado
Essa é uma das formas de precificação mais comuns. Os principais órgãos e conselhos de arquitetura do Brasil têm as suas tabelas de referência, entre eles o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Instituto de Arquitetos do Brasl (IAB) e a Associação Brasileira e Escritórios de Arquitetura (ASBEA).
Pode até ser uma alternativa pra entender como o mercado tem precificado seus serviços, mas nunca ser o seu norte na hora de vender.
Quando você precifica seu serviço de arquitetura e urbanismo baseado nessas tabelas, você está considerando que todos os arquitetos são iguais e que não faz diferença para o cliente trabalhar. Você está se vendendo como um commodity e pode ser trocado facilmente por qualquer outro profissional do mercado.
Cobrança por metro quadrado #errado
A cobrança por metro quadrado também é outra forma de precificação muito comum no mercado de arquitetura e urbanismo. Ele é baseado no cálculo do custo de cada serviço realizado e pensado pra trazer uma certa parcela de lucro pro profissional.
O problema desse tipo de cobrança é que você está pensando apenas na parte material e tangível que pode ser calculada do seu trabalho. Esse modo de precificação desconsidera todo o valor imaterial do seu trabalho. Toda a transformação que você pode gerar na vida do cliente.
Assim como a precificação feita por tabela de referência, o metro quadrado coloca todos os arquitetos no mesmo patamar e deixa de lado as nuances que existem dentro da carreira.
Cobrar por valor entregue ao cliente #certo
O jeito certo de cobrar não é apenas pelo serviço que você está realizando, mas pelo que você tá entregando no final pro cliente. Não só o que é tangível, mas tudo aquilo que é imaterial e que o seu cliente busca num serviço de arquitetura e urbanismo.
Quais são os valores que seus clientes buscam? Prazo? Luxo? Conforto? Segurança? Aceitação social? Cada público busca algo diferente no seu negócio e, ao entender isso, você passa a cobrar pelo que de fato está entregando pro seu cliente.
Vamos supor que o seu cliente seja uma grande construtora de habitações populares e que prioriza prazos. Quanto ele estaria disposto a pagar pra receber o projeto em mãos e começar as obras o mais rápido possível? Pensando no tanto de dinheiro que ele gira quando começa as obras, é bem provável que ele esteja disposto a pagar muito mais que a média do mercado por isso.
Agora, se o seu cliente preza pela segurança da sua família, meu caso quando reformei meu apartamento, por exemplo, quanto ele estaria disposto a pagar por um projeto que pensasse em cada pequeno detalhe da segurança dos seus filhos? Eu paguei muito por isso.
Por que esse é o jeito certo de vender arquitetura e urbanismo?
Pra responder essa pergunta, eu preciso te fazer outra pergunta: por que você decidiu estudar arquitetura? Qual era o seu objetivo quando entrou na faculdade.
Eu duvido que você só queria levantar prédios e fazer projetos. Você sonhava em transformar a vida das pessoas, em criar novas formas de viver nas cidades, repensar o modo de vida urbano, levar conforto pras famílias, promover o acesso a uma vida de qualidade e tantas outras coisas que arquitetura e urbanismo são capazes de fazer.
Os prédios e projetos são a sua ferramenta para fazer isso. Quando você cobra pelo metro quadrado ou tabela de preços, você está valorizando a ferramenta e não o que você é capaz de fazer através dessa ferramenta. Lembre-se de tudo que você sonhava em fazer quando começou a estudar Arquitetura e cobre por isso.